Salada mista (ou um post sobre muitos assuntos)

Estou ensaiando para escrever há algum tempo, mas não sobra tempo… A demanda se intensifica e a adaptação é constante. Já “escrevi” mentalmente uns 3 posts sobre assuntos diferentes, todos ligados à esse momento da maternagem que estou vivendo, mas não consegui redigi-los e agora, bem… passou… ou será que  não ?!

Quis falar sobre algumas saídas de casa mais ousadas (para mim) que fizemos ultimamente. – Para mim, sempre foi desafiador sair de casa com ele. Descer para o térreo daqui de casa demorou, depois da porta pra rua do meu condomínio, depois pra casa da vizinha, depois pra casa da vó, do vô, da biza, depois pro shopping e até pro restaurante japonês num tatame “privê”, tem também os encontros de mães em outras casas e até pique nique no parque. Meu coração saía pela boca das primeiras vezes, e ainda sai, mas esse tem sido um exercício constante e a cada saída, uma vitoria, uma conquista, minha e dele. –

Quis falar sobre a falta de respeito (e de noção) comigo e com meu filho. Esse é um assunto delicado, mas precisamos falar sobre isso… –  Sabem aquelas mesmas pessoas (sem noção e com pouquíssima intimidade) que antes esfregavam passavam a mão na minha barriga grávida sem me pedir?! Então, agora elas fazem a mesma coisa com meu filho. Só que diferente de mim, que sou adulta e posso falar e me expressar verbalmente, além de ter desenvolvido estratégias para dificultar as mãos inconvenientes, ele é um bebê e é antes de mais nada um ser humano e merece respeito. Então lembre-se,  antes de um ser fofo e risonho, um bebê é uma pessoa, que diferente de você, não pode verbalizar aquilo que ele permite que façam ou não com o corpo dele, então contenha seu impulso “Felícia” e não toque no rosto, ou nas mãos, ou na cabeça ou nos pés desse bebê sem o consentimento dele ou da mãe (do pai ou do cuidador), que no caso é a/o porta-voz desse serzinho. Isso se chama espaço pessoal , gente!  E todo mundo gosta de ter seu espaço pessoal respeitado, não é mesmo ?! Ninguém gosta de ser desrespeitado nas suas vontades, principalmente quando estamos falando de toque, pele, corpo, tato. (além de estarmos lidando também com questões de higiene – a pele de um bebê é sensível e delicada) #ficaadica –

Quis falar também sobre os olhares e discursos que julgam (inocentemente ou não) – Sempre que você se pegar julgando uma mãe e a conduta dela, lembre-se: ela é a primeira a se julgar, a se culpar, a se preocupar, a se amedrontar… Nós, mães, não precisamos do seu julgamento, do seu olhar de reprovação… a maternidade já é dura demais e nós mesmas somos severas demais conosco mesmas. Então, por gentileza, contenha-se.

obs: (você = pessoas em geral, mães, pais, avós, avôs, irmã(o)s, parentes, sogro, sogra, cunhado(a), marido, colegas de trabalho, amigos(as), desconhecidos…) – 

Quis falar sobre o cansaço, sobre o tempo, sobre o amor crescente e o medo de falhar.

Quis falar sobre limites, sobre desejos, sobre responsabilidades, sobre mudanças, sobre perspectivas, sobre licença maternidade, sobre o amor crescente e o medo também crescente.

Quis falar sobre grupo de apoio, sobre amizades, sobre solidão, sobre trabalho, sobre o mergulho profundo e as mudanças da maternagem, sobre as mudanças de prioridades, sobre o amor crescente…

E pra falar desse amor crescente, bem…

Ele cresce… constantemente. E às vezes eu paro e te olho, meu filho, e meu coração parece não caber dentro de mim… E vejo o tempo voar, e me assusto com a velocidade em que os dias passam… será que estou perdendo alguma coisa? será que vou me lembrar dos seus primeiros 10 dias ? Hoje você completou 68 dias desse lado de fora… e como passa rápido! E como cresce esse amor… e as duvidas, inseguranças, ansiedades ! Mas a certeza de que estamos juntos nessa caminhada me conforta, e olho pra você em meus braços e agradeço mais uma vez pela oportunidade dessa jornada incrivelmente arrebatadora e louca !

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